“Ser ou não ser, eis a questão” (Shakespeare)

Pois é, se naquela época Shakespeare já estava em dúvida, imagine hoje? A dúvida surge em meio a pais e professores: O que fazer com esse pequeno ser, cheio de curiosidades? Realmente a cada dia que passa fica mais difícil trazer nossas crianças para o mundo real, pois o virtual dominou. Muitas vezes a criança acomoda-se na certeza de que sempre vai encontrar algo pronto, a mente começa a anular possibilidades de criação e realização. A leitura em computadores e tablets não substitui o lamber o dedo para folhar um livro, não substitui o cheiro que o livro tem, ora cheiro de novo, ora cheiro de velho envolvido na poeira e lembranças. Precisamos resgatar alguns prazeres, mais que isso, precisamos resgatar cérebros acomodados que não querem produzir.

A criança na educação infantil ainda está pouco contaminada por toda a tecnologia que a cerca, dá tempo de salvá-la! Falo dessa maneira, pois é assim que vejo. Meus filhos eram estimulados frequentando bibliotecas, hoje os pais estimulam dando o celular para o bebê enquanto almoçam, ou levando um tablet para que a criança fique entretida. A tecnologia é necessária, mas a partir de que idade? O coelho Sabido ficou no esquecimento, o Club Pinguin é bacana, eu até recomendo, mas a criança precisa de doses de tecnologia, não de overdoses. É preciso voltar a reconstruir a criança, e na educação infantil podemos fazer isso. A leitura gera possibilidades infinitas, precisamos aproveitar essa fase em que a criança acredita no faz de contas e estimulá-la. Podemos associar a leitura ao teatro, aproveitando a criatividade original de cada criança, gerando possibilidades de reinventar o que foi lido. Nessa associação estaremos possibilitando a construção de mentes produtivas.

Gostou? Conheça o curso online A Leitura e o Teatro na Educação Infantil. Curso disponibilizado por Solange Depera.